Diante das discussões sobre a mudança de nome do estado de
Mato Grosso do Sul, considero questionável a validade da manobra como
alternativa para ajudar no desenvolvimento econômico, social e cultural do
nosso estado. Nunca me importei em ser chamado de “Mato Grosso” quando visitei
outras partes do país, sei que isso acontece e continuará acontecendo pelo
Brasil afora, tanto de nossa parte como de parte dos Mato-grossenses “do
norte”. Conheço bem minha terra natal e uma alcunha dessa não vai influenciar
nesse conhecimento, bem lembrando que nasci em Amambai ainda estado de Mato Grosso e toda a minha geração
contemporânea e anteriores nascemos Mato-grossenses. No decorrer da nossa
historia fomos envolvidos pela decisão politico-administrativa dos mandatários
da época e absorvemos essa decisão tornando-nos “Sul-matogrossenses”. Hoje
existe uma questão de autoestima a ser resolvida por nossos conterrâneos: Ser
ou não ser Mato-grossense? Desde a época da divisão do estado nos
preocupamos em desenvolver nosso pedaço, era o nosso chão a ser pisado,
trabalhado e reconquistado entre nós mesmos. Não pensamos no gentílico.
Dormimos com um novo estado e acordamos
agora a pouco, cidadãos do estado “antigo”. Essa questão importa tanto para nós
quanto importa nada para o resto dos brasileiros (considero que eles falham em
geografia). Mudando o nome do estado em função da falta de conhecimento dos
brasileiros de outros estados, continuaremos a ser Mato-grossenses e Sul-matogrossenses,
porem brasileiros antes disso e acima de tudo. Caso o nome seja alterado
teremos nas gerações futuras um dilema semelhante ao nosso: Nascemos sob um
gentílico e vivemos sob outro. A minha (nossa) geração terá um segundo dilema
pendente do mesmo assunto. E aí? Como será resolvido? Mudando novamente o nome
do Estado? Penso que não. Creio que não podemos transferir esse problema para
os próximos cidadãos Sul-matogrossenses nem amplia-lo para os atuais, sob o
risco de paralisarmos ainda mais o desenvolvimento de nosso estado por
conta da latente discussão sobre nossa herança. Já que temos um estado,
tratemos de desenvolvê-lo com politicas de incentivos comerciais e sociais mais
abrangentes e efetivas, atrativos de investimentos, valorização do trabalho do
cidadão do Mato Grosso do Sul. Já que temos um estado, vamos estudar, entender,
expandir nossa cultura e tradições. Já que temos um estado, vamos vive-lo.
Seremos entendidos e valorizados.
Marco Antônio Ormai
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