domingo, 27 de novembro de 2011
domingo, 20 de novembro de 2011
Propósito
No ultimo sábado, fui ao Tereré de bicicleta pela via por do
sol e passando pela baixada que antecede o acesso ao residencial vi bem à minha
frente um senhor empurrando um carrinho de sorvete sofrendo para vencer a subidinha
de mais ou menos 70 metros do trecho. Pedalei mais forte para vencer o areão
pensando: Subidinha foda pra bicicleta, imagina um carrinho cheio de sorvete.
Chegando pra alcançar o sorveteiro decidi dar uma palavrinha pra ele, tipo: Subida
difícil, hein tio? Só que quando cheguei mais perto e, já o ultrapassando, ele
me olhou com um rosto quase retorcido de tanto esforço para vencer a estrada,
disse: Olá, tranquilo? Beleza? Sorvetinho aí? Eu, meio que vacilando, respondi:
Tranquilo, beleza, mais tarde! Percebi, no instante que aquilo era um esforço
pelo propósito de vender uns picolés naquela vila e nem a subida e um sol
quente tiraram dele a atitude de chegar ao destino. Segui, meio que abençoado
pelas (poucas) palavras dele, pedalando um pouco mais forte, mais pela força
que o vi fazendo do que a força que precisava pra chegar. É bom encontrar gente
decidida! Dá uma força!
sábado, 19 de novembro de 2011
Celebração da fantasia
Foi na entrada da aldeia de Ollantaytambo, perto de Cuzco. Eu tinha me
soltado de um grupo de turistas e estava sozinho, olhando de longe as ruínas de
pedra, quando um menino do lugar, esquelético, esfarrapado, chegou perto para me
pedir que desse a ele de presente uma caneta. Eu não podia dar a caneta que tinha,
porque estava usando-a para fazer sei lá que anotações, mas me ofereci para
desenhar um porquinho em sua mão. Subitamente, correu a notícia. E de repente
me vi cercado por um enxame de meninos que exigiam, aos berros, que eu
desenhasse em suas mãozinhas rachadas de sujeira e frio, pele de couro queimado:
havia os que queriam um condor e uma serpente, outros preferiam periquitos ou
corujas, e não faltava quem pedisse um fantasma ou um dragão.
E então, no meio daquele alvoroço, um desamparadozinho que não
chegava a mais de um metro do chão, mostrou-me um relógio desenhado com tinta
negra em seu pulso:
— Quem mandou o relógio foi um tio meu, que mora em Lima — disse.
— E funciona direito? — perguntei.
— Atrasa um pouco — reconheceu.
Eduardo Galeano
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Juventude (dos 1970"s)
“CHEFE DE QUADRILHA” ATACA “LUTA MORALISTA CONTRA A CORRUPÇÃO”
A Juventude
do PT fez seu Segundo Congresso em Brasília. “Juventude” e “PT”, juntos,
formam um oximoro e tanto! Ou se é petista ou se é jovem. Por que digo
isso? Porque não há nada na política brasileira que seja mais velho,
retrógrado, reacionário e atrasado do que o PT. E isso, definitivamente,
não combina com juventude. O evento em Brasília prova isso.
O grande
destaque de ontem foi o chefe de quadrilha (segundo a PGR) e deputado
cassado por corrupção José Dirceu. Ele não teve dúvida: atacou o que
chamou de “luta moralista contra a corrupção”, afirmando que, no
passado, pressões assim resultaram na eleição de Jânio Quadros e
Fernando Collor. Ele só se esqueceu de dizer que também foi a luta
contra a corrupção que depôs o mesmo Collor. Mas esse é Dirceu. Tarde
demais para ter compromisso com a verdade.
O que quer o
Zé? Ora, uma luta contra a corrupção que seja amoralista ou imoralista,
a exemplo daquelas empreendidas pelo petismo. Em que ela consiste? Na
criminalização de inocentes, desde que adversários, e na absolvição de
culpados, desde que aliados. Entenderam? Não é isso o que faz o PT desde
que existe? Já exibi mais de uma vez aqui o vídeo que flagra Lula em
dois momentos: no primeiro, ele esculhamba Sarney e sua família,
afirmando que são o retrato do que há de mais nefasto no Brasil; no
segundo, os mesmos Sarneys se transformam na expressão da grandeza
política, da lealdade, da competência. É o que se chama de “luta
imoralista contra a corrupção”, entenderam?
Escreve Eduardo Bresciani no Estadão Online:
“Para ele [Dirceu], a intenção das denúncias é somente atacar o governo. “Nesse momento o que pretende construir é isso, a pretexto de combater a corrupção”. Na visão de Dirceu, a pressão que é feita sobre os ministros não é a mesma em relação a escândalos em São Paulo, onde o PSDB está a frente da administração. “Quando dizem que tem de responsabilizar o ministro e o partido por problemas no ministério, então tem que se responsabilizar o PSDB, o Geraldo Alckmin e o José Serra pelo escândalo das emendas em São Paulo”.
“Para ele [Dirceu], a intenção das denúncias é somente atacar o governo. “Nesse momento o que pretende construir é isso, a pretexto de combater a corrupção”. Na visão de Dirceu, a pressão que é feita sobre os ministros não é a mesma em relação a escândalos em São Paulo, onde o PSDB está a frente da administração. “Quando dizem que tem de responsabilizar o ministro e o partido por problemas no ministério, então tem que se responsabilizar o PSDB, o Geraldo Alckmin e o José Serra pelo escândalo das emendas em São Paulo”.
INEXISTEM os
tais “escândalos” em São Paulo. O factóide criado com a história da
liberação de emendas não prosperou. Alckmin está no governo há menos de
um ano, e já está provado que os petistas foram muito bem-tratados pelo
ex-governador Serra - vale dizer: não houve discriminação no governo de
nenhuma forma. Se alguma ilegalidade tivesse havido, então os petistas
teriam sido cúmplices. Não que isso fosse uma impossibilidade teórica,
claro!, pensando exclusivamente na natureza dos brutos, mas simplesmente
não aconteceu. Por que o chefe de quadrilha não aponta as
irregularidades em vez de ficar com acusações genéricas? Por que os
deputados de seu partido não o fazem?
Eis aí! É o método: a “luta imoralista contra a corrupção” supõe criminalizar inocentes e inocentar larápios. Sempre foi assim.
Dirceu
ganhou daqueles jovens velhos uma camiseta que traz seu rosto estampado.
E se lê: “Contra o golpe das Elites - Inocente”. O “consultor de
empresas privadas”, que tem alguns dos potentados da economia nacional -
e multinacional! - como clientes, o que faz dele hoje um dos maiores
lobistas do Brasil, é apresentado, quem diria?, como inimigo das elites.
Só se estiverem falando sobre as elites do bom senso, do decoro, da lógica, da ética, da moral e dos bons costumes.
Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/chefe-de-quadrilha-ataca-luta-moralista-contra-a-corrupcao/
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
domingo, 13 de novembro de 2011
O sujo
Não sei se é cachorro, mas mija em poste.
Não sei se é gato, mas tenta encobrir a cagada.
Não sei se é raposa, mas não abro meu galinheiro.
Não sei se é vassoura, mas varre pra debaixo do tapete.
Sei que não é peneira, mas tenta tapar alguns sóis.
Não é coruja, mas observa a todos.
Não sei se é caçador, mas tem seus perdigueiros.
Sei que não te dá nada dele, mas recebe metade em troca.
Marco Ormai
Marco Ormai
domingo, 6 de novembro de 2011
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Estado de Mato Grosso do Sul
Diante das discussões sobre a mudança de nome do estado de
Mato Grosso do Sul, considero questionável a validade da manobra como
alternativa para ajudar no desenvolvimento econômico, social e cultural do
nosso estado. Nunca me importei em ser chamado de “Mato Grosso” quando visitei
outras partes do país, sei que isso acontece e continuará acontecendo pelo
Brasil afora, tanto de nossa parte como de parte dos Mato-grossenses “do
norte”. Conheço bem minha terra natal e uma alcunha dessa não vai influenciar
nesse conhecimento, bem lembrando que nasci em Amambai ainda estado de Mato Grosso e toda a minha geração
contemporânea e anteriores nascemos Mato-grossenses. No decorrer da nossa
historia fomos envolvidos pela decisão politico-administrativa dos mandatários
da época e absorvemos essa decisão tornando-nos “Sul-matogrossenses”. Hoje
existe uma questão de autoestima a ser resolvida por nossos conterrâneos: Ser
ou não ser Mato-grossense? Desde a época da divisão do estado nos
preocupamos em desenvolver nosso pedaço, era o nosso chão a ser pisado,
trabalhado e reconquistado entre nós mesmos. Não pensamos no gentílico.
Dormimos com um novo estado e acordamos
agora a pouco, cidadãos do estado “antigo”. Essa questão importa tanto para nós
quanto importa nada para o resto dos brasileiros (considero que eles falham em
geografia). Mudando o nome do estado em função da falta de conhecimento dos
brasileiros de outros estados, continuaremos a ser Mato-grossenses e Sul-matogrossenses,
porem brasileiros antes disso e acima de tudo. Caso o nome seja alterado
teremos nas gerações futuras um dilema semelhante ao nosso: Nascemos sob um
gentílico e vivemos sob outro. A minha (nossa) geração terá um segundo dilema
pendente do mesmo assunto. E aí? Como será resolvido? Mudando novamente o nome
do Estado? Penso que não. Creio que não podemos transferir esse problema para
os próximos cidadãos Sul-matogrossenses nem amplia-lo para os atuais, sob o
risco de paralisarmos ainda mais o desenvolvimento de nosso estado por
conta da latente discussão sobre nossa herança. Já que temos um estado,
tratemos de desenvolvê-lo com politicas de incentivos comerciais e sociais mais
abrangentes e efetivas, atrativos de investimentos, valorização do trabalho do
cidadão do Mato Grosso do Sul. Já que temos um estado, vamos estudar, entender,
expandir nossa cultura e tradições. Já que temos um estado, vamos vive-lo.
Seremos entendidos e valorizados.
Marco Antônio Ormai
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Finados é dia de reflexão, de saudade e esperança
O dia de finados, é dia de reflexão, de saudade e de esperança.
A morte é ainda assunto-tabu, recalcado, silenciado. Preferimos viver como se a morte não existisse. Mas, na sociedade atual a morte é também trivializada com as guerras, calamidades, eutanásia, aborto, acidentes com auxílio da mídia. Há os que preferem fazer da morte uma experiência soft, é a “morte-soft”, relegada aos hospitais, funerárias e religiões. Aí a morte é maquiada, relativizada pelas instituições, chamada também de “morte digna”. Muitos de nós vivemos uma “vida inautêntica”, uma existência falsa porque não nos permitimos refletir e aceitar a morte.
A dura realidade é que a morte faz parte da vida, é o fim do curso vital, é uma invenção da própria vida em sua evolução. Morrer é uma experiência profundamente humana. Aliás, é a morte que confere um certo gosto e encanto à vida, pois se tudo fosse indefinidamente repetível, a vida se tornaria indiferente, insossa e até desesperadora. E então, a morte é um bem, uma manifestação da sabedoria do Criador. “Nada mais horrível que um eterno-retorno” (Sto Agostinho). Vemos assim que a morte não se opõe à vida, mas ao nascimento. A vida humana será sempre uma “vida mortal”, só na eternidade teremos uma “vida vital”.
Para os que crêem na eternidade, a morte é porta de entrada da vida, o acesso a uma realidade superior, a posse da plenitude. Assim a morte é um ganho, verdadeira libertação, uma bênção que livra a vida do tédio. Porém, do ponto de vista racional ou filosófico, a morte repugna. Budha escreveu: “O homem comum pensa com indiferença na morte de um estranho, com tristeza na morte de um parente e com horror na própria morte”. Outro pensador, Epiteto, disse: “Quando morre o filho ou a mulher do próximo, todos dizem: é a lei da humanidade. Mas, quando morre o próprio filho ou a própria mulher, o que se ouve são gemidos, gritos e lágrimas”.
A ressurreição de Jesus trouxe uma revolução em relação à morte, transformou o “poente em nascente”, Cristo “matou a morte”. Bem escreveu o poeta Turoldo: “morrer é sentir quanto é forte o abraço de Deus”. O fim transforma-se em começo e acontece um segundo nascimento, a ressurreição. “Então, descansaremos e veremos. Veremos e amaremos. Amaremos e louvaremos. Eis o que haverá no Fim que não terá fim” (Sto Agostinho). A fé nos garante que a morte não é uma aniquilação da vida, mas uma transformação. O homem vive para além da morte. Não precisa reencarnar. Creio na ressurreição da carne e no mundo que há de vir. A morte será então a maior festa da vida porque com ela dá-se o início da plena realização da pessoa humana. Habitaremos com Deus com um corpo incorruptível, espiritual e glorioso.
Com Santa Terezinha, todo cristão pode dizer: “Não morro, entro na vida”. A morte não é apenas um fim, ela é também e principalmente um começo. É o início do dia sem ocaso, da eternidade, da plenitude da vida. A vida é imortal espiritualmente falando. Na morte chegamos a ser plenamente “ Teu rosto Senhor é nossa pátria definitiva”. No céu veremos, amaremos, louvaremos, diz Santo Agostinho. A participação na vida divina faz brotar em nossos corações, assombro e gratidão. Sem fé, porém a morte é absurdo, inimigo, derrota, ameaça, humilhação, tragédia, vazio, nada. Na fé, a morte é irmã, é condição para mais vida, é coroamento e consumação; é revelação e glória do bem.
Por fim, a morte tem um valor educativo: ensina o desapego da propriedade privada, iguala e nivela todas as classes sociais, relativiza a ambição e ganância, ensina a fraternidade universal na fragilidade da vida, convida à procriação para eternizar a vida biológica, rompe o apego a circuito fechado entre as pessoas mesmo no matrimônio, leva ao supremo conhecimento de si e oportuniza a decisão máxima e a opção fundamental da pessoa.
Para morrer bem, é preciso viver fazendo o bem: “levaremos a vida que levamos”. O bem é o passaporte para a eternidade feliz e o irmão que ajudamos será o avalista de nossa glória no céu: “Vinde benditos”.
Dom Girônimo Zanandréa
Fonte: http://www.catequisar.com.br/texto/materia/celebracoes/finados/18.htm
A morte é ainda assunto-tabu, recalcado, silenciado. Preferimos viver como se a morte não existisse. Mas, na sociedade atual a morte é também trivializada com as guerras, calamidades, eutanásia, aborto, acidentes com auxílio da mídia. Há os que preferem fazer da morte uma experiência soft, é a “morte-soft”, relegada aos hospitais, funerárias e religiões. Aí a morte é maquiada, relativizada pelas instituições, chamada também de “morte digna”. Muitos de nós vivemos uma “vida inautêntica”, uma existência falsa porque não nos permitimos refletir e aceitar a morte.
A dura realidade é que a morte faz parte da vida, é o fim do curso vital, é uma invenção da própria vida em sua evolução. Morrer é uma experiência profundamente humana. Aliás, é a morte que confere um certo gosto e encanto à vida, pois se tudo fosse indefinidamente repetível, a vida se tornaria indiferente, insossa e até desesperadora. E então, a morte é um bem, uma manifestação da sabedoria do Criador. “Nada mais horrível que um eterno-retorno” (Sto Agostinho). Vemos assim que a morte não se opõe à vida, mas ao nascimento. A vida humana será sempre uma “vida mortal”, só na eternidade teremos uma “vida vital”.
Para os que crêem na eternidade, a morte é porta de entrada da vida, o acesso a uma realidade superior, a posse da plenitude. Assim a morte é um ganho, verdadeira libertação, uma bênção que livra a vida do tédio. Porém, do ponto de vista racional ou filosófico, a morte repugna. Budha escreveu: “O homem comum pensa com indiferença na morte de um estranho, com tristeza na morte de um parente e com horror na própria morte”. Outro pensador, Epiteto, disse: “Quando morre o filho ou a mulher do próximo, todos dizem: é a lei da humanidade. Mas, quando morre o próprio filho ou a própria mulher, o que se ouve são gemidos, gritos e lágrimas”.
A ressurreição de Jesus trouxe uma revolução em relação à morte, transformou o “poente em nascente”, Cristo “matou a morte”. Bem escreveu o poeta Turoldo: “morrer é sentir quanto é forte o abraço de Deus”. O fim transforma-se em começo e acontece um segundo nascimento, a ressurreição. “Então, descansaremos e veremos. Veremos e amaremos. Amaremos e louvaremos. Eis o que haverá no Fim que não terá fim” (Sto Agostinho). A fé nos garante que a morte não é uma aniquilação da vida, mas uma transformação. O homem vive para além da morte. Não precisa reencarnar. Creio na ressurreição da carne e no mundo que há de vir. A morte será então a maior festa da vida porque com ela dá-se o início da plena realização da pessoa humana. Habitaremos com Deus com um corpo incorruptível, espiritual e glorioso.
Com Santa Terezinha, todo cristão pode dizer: “Não morro, entro na vida”. A morte não é apenas um fim, ela é também e principalmente um começo. É o início do dia sem ocaso, da eternidade, da plenitude da vida. A vida é imortal espiritualmente falando. Na morte chegamos a ser plenamente “ Teu rosto Senhor é nossa pátria definitiva”. No céu veremos, amaremos, louvaremos, diz Santo Agostinho. A participação na vida divina faz brotar em nossos corações, assombro e gratidão. Sem fé, porém a morte é absurdo, inimigo, derrota, ameaça, humilhação, tragédia, vazio, nada. Na fé, a morte é irmã, é condição para mais vida, é coroamento e consumação; é revelação e glória do bem.
Por fim, a morte tem um valor educativo: ensina o desapego da propriedade privada, iguala e nivela todas as classes sociais, relativiza a ambição e ganância, ensina a fraternidade universal na fragilidade da vida, convida à procriação para eternizar a vida biológica, rompe o apego a circuito fechado entre as pessoas mesmo no matrimônio, leva ao supremo conhecimento de si e oportuniza a decisão máxima e a opção fundamental da pessoa.
Para morrer bem, é preciso viver fazendo o bem: “levaremos a vida que levamos”. O bem é o passaporte para a eternidade feliz e o irmão que ajudamos será o avalista de nossa glória no céu: “Vinde benditos”.
Dom Girônimo Zanandréa
Fonte: http://www.catequisar.com.br/texto/materia/celebracoes/finados/18.htm
terça-feira, 1 de novembro de 2011
Assinar:
Postagens (Atom)